Na ocasião do vigésimo quinto aniversário, tanto do festival como da Associação ILGA Portugal, surge uma parceria que se materializou no Queer Focus deste ano, um programa de filmes e debates, onde se procura localizar, dentro de objetos fílmicos, questões de especial relevância histórica, social e cultural para as comunidades LGBTQIA+.
Começando pelo documentário que recupera o movimento lésbico na Holanda e o seu lugar de destaque no feminismo holandês, The City Was Ours. Radical Feminism in the Seventies, realizado por Netty van Hoorn, seguido de uma conversa com Eduarda Ferreira e Daniela Bento.
Do Brasil, apresentamos Mães do Derick, de Dê Kelm, uma história de coparentalidade no seio de uma família não-monogâmica repleta de identidades não-normativas.
Cured, de Patrick Sammon e Bennett Singer, propõe uma incursão pela história das práticas preconceituosas da clínica e da psiquiatria e será seguido de uma conversa com Zélia Figueiredo e Henrique Pereira.
A violência dos processos migratórias em Instructions for Survival, de Yana Ugrekhelidze, é seguido de um debate com Margarita Sharapova e Sara Soares.
Em Todo a la Vez: la Mirada de Paco y Manolo, de Alberto Fuguet, vemos o mundo pelo olhar dos fotógrafos espanhóis criadores da revista Kink. O documentário é seguido de uma conversa com Paco y Manolo.
Ainda em torno da sexualidade, e cumprindo a tradição das Hard Nights do festival, apresentamos Raw! Uncut! Video!, de Ryan A. White e Alex Clausen, um documentário sobre a produtora de porno fetiche Palm Drive Video.
A lista completa-te com o comovente Wojnarowicz: F**k You F*ggot F**ker, de Chris McKim (na imagem), filme com base nos arquivos do artista norte-americano e de pessoas que lhe são próximas, ao qual se seguirá uma conversa com o realizador.
E porque queremos também assinalar a história do Queer Lisboa -e voltando ao “maldito” ou “Saint Genet”, como o apelidou Sartre-, desafiámos dois jovens performers a criarem cada um uma performance a partir do Un chant d’amour, performances que serão estreadas aqui no festival: Slot, de Eduardo Batata, que explora a dimensão do toque, da privação e do corpo enclausurado, e A Mind Enclosed In Language Is In Prison, de Rafaela Jacinto, onde os bonecos de criança feitos de lã fazem pulsar um imaginário silencioso cheio de fantasia e desejo.