
De regresso aos habituais Cinema São Jorge e Cinemateca Portuguesa, entre os dias 19 e 27 de setembro, a programação do Queer Lisboa 29 é, inevitavelmente, um espelho do conturbado mundo de hoje, sem deixar de relembrar as muitas histórias de superação e as lições do passado recente da cultura queer. Num presente que parece recusar aprender com o passado, que insiste em repetir os mesmos erros, o festival propõe celebrar essa memória, a par da apresentação de narrativas de construção de laços, comunidade e resistência.
Num ano particularmente robusto e diversificado de cinema queer, no programa figuram alguns dos títulos mais celebrados no circuito internacional de festivais, chegados de Sundance, Berlim, Cannes ou Locarno; bem como muitas outras propostas inéditas em Portugal, e por descobrir. Um cinema às vezes perplexo com o que vê à sua volta, que fala sobre as crescentes expressões de transfobia, a moralista gestão das pessoas migrantes na Europa, do hediondo genocídio na Palestina, do discurso público dominado pelo conservadorismo, de regimes autoritários, dos abusos sexuais à mão da Igreja, mas também de ativismo queer – aparentemente perpetuamente necessário – de histórias de liberdade e reconstrução sexual e identitária, de subculturas que se permitem reinventar a normalidade para si mesmas, e laços de amor, amizade, e familiares que tudo sonham, amparam e superam.
Com filmes oriundos de cinematografias tão díspares como da Austrália, Coreia do Sul, Índia, Cuba, Líbano, Irão, Palestina e Geórgia, o Queer Lisboa permanece comprometido com celebrar a inventividade deste cinema, apresentando obras que operam verdadeiras revoluções narrativas e estéticas, mas também títulos de missão informativa e celebratória da cultura queer, que importa descobrir, ou redescobrir, uma e outra vez. São, ao todo, 104 filmes, com destaque para a presença assinalável do cinema brasileiro, espanhol, latino-americano (Argentina, Colômbia, Chile, Cuba), asiático (Índia, Singapura, Indonésia, Hong Kong, Coreia do Sul), e claro, português, com a estreia mundial de dois documentários, a estreia nacional de uma longa-metragem brasileira de coprodução portuguesa, e a estreia lisboeta de duas curtas-metragens. Em Lisboa, para apresentar os seus filmes, estarão cineastas vindos de Espanha, Brasil, França, Itália, Áustria, Países Baixos, Canadá e Chile. Num universo de 112 cineastas, 54% são homens cisgénero, 30% mulheres cisgénero, 16% pessoas trans ou não binárias, e 40% são cineastas BIPOC.
Aos títulos e atividades anunciados durante as últimas semanas – a retrospetiva dedicada ao recentemente falecido realizador militante francês Lionel Soukaz, em colaboração com a Cinemateca Portuguesa, a secção Panorama, o Queer Focus dedicado ao cinema trans, os títulos da nova secção Resistência Queer, os filmes de abertura e encerramento e duas sessões especiais – juntam-se agora os filmes que compõem as cinco competições oficiais do festival, o anúncio das conversas, a presença de convidades oficiais, e a divulgação das atividades paralelas: as festas e uma exposição no Cinema São Jorge.
O júri da Competição de Longas-Metragens é formado pela realizadora Catarina Vasconcelos, pela gestora cultural Francisca Carneiro Fernandes e pelo programador e distribuidor Gustavo Scofano. Em conjunto, os oito filmes da secção, assinados por cineastas emergentes com diversos perfis, formações, filiações estéticas e narrativas, tomam o pulso ao espectro atual do cinema queer e visitam, inevitavelmente, os territórios férteis que são o amor e a família. Vencedor da competição de longas internacionais do festival de Sundance deste ano, Cactus Pears, de Rohan Parashuram Kanawade, brilha nos diálogos íntimos que constrói entre dois homens amigos numa aldeia do interior da Índia. Também de amor trata Jone, a Veces, primeira longa da espanhola Sara Fantova, retrato de uma jovem protagonista cujo verão teima em a dividir entre as responsabilidades de cuidadora do pai e um primeiro amor adulto. Da secção paralela ACID Cannes chega Laurent dans le vent, do trio Anton Balekdjian, Léo Couture e Mattéo Eustachon, filme bem-humorado e comovente, num elogio à inadaptação social, ambientado numa estância de esqui, e com uma representação deliciosa de Béatrice Dalle. Lesbian Space Princess, de Emma Hough Hobbs e Leela Varghese, filme vencedor do Teddy Award deste ano, é uma comédia de animação de ficção científica sobre uma introvertida princesa espacial numa missão intergalática para salvar a sua ex-namorada — um space movie com tanto de paródia quanto de enternecedor. Mais quatro títulos completam esta secção, cujo prémio é de 1.000€.
A Competição de Documentários é avaliada pela realizadora e produtora Marta Sousa Ribeiro, pelo artista visual e investigador ROD e pela jornalista da RTP Silvia Alves. Uma secção que este ano privilegia os retratos: de pessoas, mais ou menos conhecidas, e de lugares, mais ou menos remotos, tomando o pulso à diversidade e riqueza da existência queer. Entre os destaques, presença de Jérôme Clément-Wilz, que regressa ao festival com o seu trabalho mais sincero e brutal: em Ceci est mon corps o íntimo torna-se político para falar de abusos sexuais e morais na Igreja. Edhi Alice, assinado por Ilrhan Kim, é um hábil duplo retrato de duas mulheres trans sul-coreanas em diferentes fases da sua afirmação de género, e uma consciente reflexão sobre a forma como os documentários sobre pessoas trans são feitos. Em My Sweet Child, Maarten de Schutter reconstrói as filmagens que tem da mãe, ativista do VIH/sida falecida num avião abatido pela Rússia: o cinema como tábua de salvação, a memória como pertença, num documentário chamado a conquistar corações. Do Líbano chega Tripoli / A Tale of Three Cities, de Raed Rafei, que regressa à sua cidade natal de Tripoli para construir um retrato das suas pessoas – as suas crenças e preconceitos – daí resultando um precioso objeto sobre a possibilidade de aceitação, progresso e felicidade. Os oito filmes concorrem ao prémio de melhor documentário, patrocinado pela RTP2, pela aquisição dos direitos de exibição do filme, no valor de 3.000€.
Vinte títulos compõem a Competição de Curtas-Metragens, de cujo júri fazem parte a artista Diego Bragà, a cineasta Francisca Manuel e o ator e jornalista cultural Tiago Manaia. A partir de uma vasta variedade de geografias chegam-nos expressões artísticas que se interrogam e nos contam sobre o que é isso de se ser queer, sempre a partir de um lugar de curiosidade ou amor. De regresso ao festival estão Hao Zhou (Correct Me If I’m Wrong), Lazare Lazarus (Les fantômes du hard, chapitre 2), Violette Delvoye (Sous ma fenêtre, la boue) e Alba Cros (Ferides), e destaque para a estreia lisboeta de Neko, de Inês Oliveira, única obra portuguesa nesta competição, sobre uma experiência trans iniciadora vivida no seio de um grupo de adolescentes numa gentrificada Lisboa. A competição apresenta ainda os últimos filmes de Agustina Comedi, com a dupla Chiachio & Giannone (Nunca Fuimos un Desierto), Valentin Noujaïm (Oceania), Luke Fowler (Being Blue) e Lesley Loksi Chan, cuja curta Lloyd Wong, Unfinished venceu simultaneamente o Urso de Ouro e o Teddy Award da última edição da Berlinale. Ao prémio de melhor filme, no valor de 500€, patrocinado pela loja Contranatura, implementa-se este ano um novo segundo prémio, logístico, patrocinado pela empresa AltContent para consultoria em supervisão musical e usufruto do seu catálogo musical num futuro projeto.
Na Competição In My Shorts (Curtas-Metragens de Escolas Europeias), que será avaliada pelo mesmo júri das curtas-metragens, figuram filmes da DFFB (Berlim), ESCAC (Barcelona), EZEQ (San Sebastián), Filmuniversität Babelsberg Konrad Wolf (Potsdam), KASK & Conservatorium / School of Arts Gent (Gante), La Fémis (Paris), Le Fresnoy (Tourcoing), Université Bordeaux Montaigne (Pessac). No total, são dez filmes a concurso, com o regresso de dois nomes: a espanhola Lucía G. Romero (vencedora no ano passado desta mesma secção), aqui com Casi Septiembre, um romance lésbico adolescente veraneante na linhagem do realismo social, e Rezbotanik, de Pedro Gonçalves Ribeiro, cineasta brasileiro sediado em Lisboa, com um lisérgico retrato da performer brasileira Rezmorah filmado no Jardim Botânico do Príncipe Real. Destaque ainda para Icebergs, do realizador português residente em Berlim, Carlos Pereira, um filme sobre o vazio e o entorpecimento, de uma beleza estática e desoladora, e para Erogenesis, de Xandra Popescu, com os louros ainda frescos do prémio Canal+ de curta-metragem da Semana da Crítica de Cannes, uma distopia científica a meio caminho entre Yorgos Lanthimos e Margaret Atwood. O prémio para melhor filme tem o valor de 500€.
Por último, a Competição Queer Art deste ano, composta por ficções, documentários e híbridos, é avaliada pelo ator, performer e cantor Bruno Huca, pela artista visual Luisa Cunha e pelo cineasta Stéphane Gérard. As obras apresentadas, formalmente mais ou menos desalinhadas, testam os limites da sociedade, da liberdade de criação social que as margens oferecem, e falam do papel das comunidades, da intimidade, do desejo e da aceitação nesse processo. Destaque para: Holy Electricity, vencedor do Leopardo de Ouro do Concorso Cineasti del Presente do festival de Locarno de 2024, sobre dois primos que transformam peças de sucata em crucifixos de néon, num retrato da Tbilisi de hoje, entregue por Tato Kotetishvili com igual medida de humor e delicadeza; Museo de la Noche, que traça a imersão do artista e realizador argentino Leandro Katz no Teatro del Ridículo, parte da cena queer na Nova Iorque dos anos 60, um momento que Fermín Eloy Acosta reconstrói através dos filmes experimentais de Katz à época – conterrâneos dos de Mekas, Smith, Warhol e Jacobs; Sirens Call, da dupla de artistas alemã Miriam Gossing e Lina Sieckmann, que propõe um muito singular road movie submergido na subcultura merfolk dos EUA, comunidades que reivindicam a forma híbrida mitológica da sereia como um modo de pertença e de ativismo; e ainda Truth or Dare, uma investigação das muitas expressões de desejo e género possíveis, aqui no contexto do círculo queer sex-positive de Berlim, numa sessão que contará com a presença da realizadora Maja Classen e da produtora Saralisa Volm. As oito longas-metragens competem por um prémio no valor de 1.000€.
Dois novos documentários portugueses – Esta Mulher É um Homem, de André Murraças e Flávio Gil, e O Meu Reino para um King, de Sónia Baptista e Raquel Melgue – são apresentados sob a alçada Gender Play (jogo de géneros). Propostas radicalmente diferentes nos seus conceitos e sujeitos abordados, os dois títulos têm em comum essa ideia do jogo, de que o género se representa ou atua, procurando estes filmes construir uma reflexão sobre questões de performatividade de género.
Nas conversas, a Resistência Queer conta com o coletivo artístico Planeta Manas no final da sessão de “The Crowd”, e a sessão “No Pride in Genocide” (Queer Cinema for Palestine) com apresentação de Dima Akram da associação de ajuda humanitária Seeds of Hope; o Queer Focus com os cineastas Ian Kaler, Paula Tomás Marques, Pol Merchan e Theo Jean Cuthand para um debate na sessão de abertura do foco temático “Contaste que Eras Trans?”; a retrospetiva de Lionel Soukaz terá a presença do cineasta Stéphane Gérard para uma conversa com o público; e o Gender Play irá contar com o ator e encenador Fernando Heitor na sessão de “Esta Mulher É um Homem” e com drag kings participantes de “O Meu Reino para um King”, para além das respetivas pessoas cineastas responsáveis por ambos os filmes, para conversas após as sessões.
Há ainda espaço para uma exposição de fotografia, “Where Love Is Illegal”, um projeto liderado pelo fotógrafo Robin Hammond, que apresenta testemunhos de sobrevivência de pessoas em países com leis que criminalizam relações entre pessoas do mesmo sexo e expressões de género não conformes. A iniciativa, desenvolvida pela organização sem fins lucrativos Witness Change em parceria com a Médicos Sem Fronteiras, poderá ser vista no foyer do Cinema São Jorge durante todo o festival.
E porque importa estar em comunidade e muito há para processar e celebrar, um expressivo programa de festas, que passa pelo Purex Clube – este ano tornado Bar Oficial do festival – e por uma noite na Casa do Comum.
O Queer Lisboa 29 tem um orçamento de 155.000€ e conta com os apoios da Câmara Municipal de Lisboa e do ICA – Instituto do Cinema e do Audiovisual, além de importantes parcerias como as estabelecidas com a Embaixada da Espanha, dos Países Baixos, da Austrália, a Acción Cultural Española (AC/E), a FLAD, a Contranatura, a Filmin, as Pousadas da Juventude, o hotel The Late Birds, entre muitos outros.
Programa completo do Queer Lisboa 29:
SESSÕES ESPECIAIS
* Noite de Abertura: Plainclothes, Carmen Emmi (EUA, 2025, 95’)
* Noite de Encerramento: Between Goodbyes, Jota Mun (EUA, Coreia do Sul, 2024, 96’)
Morte e Vida Madalena, Guto Parente (Brasil, Portugal, 2025, 85’)
Vivre, mourir, renaître, Gaël Morel (França, 2024, 109’)
COMPETIÇÃO LONGAS-METRAGENS
Cactus Pears, Rohan Parashuram Kanawade (Índia, Reino Unido, Canadá, 2025, 112’)
Dreamers, Joy Gharoro-Akpojotor (Reino Unido, 2025, 78’)
Drunken Noodles, Lucio Castro (EUA, Argentina, 2025, 82’)
Jone, a Veces, Sara Fantova (Espanha, 2025, 80’)
Laurent dans le vent, Anton Balekdjian, Léo Couture, Mattéo Eustachon (França, 2025, 110’)
Lesbian Space Princess, Emma Hough Hobbs, Leela Varghese (Austrália, 2025, 87’)
Queerpanorama, Jun Li (EUA, Hong Kong, 2025, 87’)
Salomé, André Antônio (Brasil, 2024, 118’)
COMPETIÇÃO DOCUMENTÁRIOS
A Body to Live in, Angelo Madsen (EUA, 2025, 98’)
Amantes en el Cielo, Fermín de la Serna (EUA, Argentina, 2024, 77’)
Ceci est mon corps, Jérôme Clément-Wilz (França, 2025, 64’)
Edhi Alice, Ilrhan Kim (Coreia do Sul, 2024, 127’)
Familiar Places, Mala Reinhardt (Alemanha, 2024, 94’)
Je suis déjà mort trois fois, Maxence Vassilyevitch (França, 2025, 65’)
My Sweet Child, Maarten de Schutter (Países Baixos, 2025, 58’)
Tripoli / A Tale of Three Cities, Raed Rafei (Líbano, 2024, 88’)
COMPETIÇÃO CURTAS-METRAGENS
Al Sol, Lejos del Centro, Luciana Merino, Pascal Viveros (Chile, 2024, 17’)
Are You Scared to Be Yourself Because You Think that You Might Fail?, Bec Pecaut (Canadá, 2024, 17’)
Before the Sea Forgets, Lê Ngọc Duy (Singapura, 2025, 17’)
Being Blue, Luke Fowler (Reino Unido, 2025, 17’)
Big Boys Don’t Cry, Arnaud Delmarle (França, 2025, 23’)
Birthdays, Adrian Jalily (Dinamarca, 2025, 19’)
Correct Me if I’m Wrong, Hao Zhou (Alemanha, EUA, 2025, 23’)
Les fantômes du hard, chapitre 2, Lazare Lazarus (França, 2024, 28’)
Ferides, Alba Cros (Espanha, 2025, 18’)
Homunculus, Bonheur Suprême (França, Itália, 2025, 18’)
Howl, Domini Marshall (Austrália, 2025, 16’)
Lloyd Wong, Unfinished, Lesley Loksi Chan (Canadá, 2025, 29’)
My Therapist Said, I Am Full of Sadness, Monica Vanesa Tedja (Indonésia, 2024, 22’)
Neko, Inês Oliveira (Portugal, 2025, 30’)
Nunca Fuimos un Desierto, Agustina Comedi, Chiachio & Giannone (Argentina, 2024, 12’)
Oceania, Valentin Noujaïm (França, 2024, 24’)
Le prime volte, Giulia Cosentino, Perla Sardella (Itália, Espanha, 2025, 16’)
Será Inmortal Quien Merezca Serlo, Nay Mendl (Cuba, Brasil, 2024, 19’)
Sous ma fenêtre, la boue, Violette Delvoye (França, Bélgica, 2025, 13’)
Twilight Ladies, Alain Soldeville, Alexe Liebert (França, 2024, 11’)
COMPETIÇÃO CURTAS-METRAGENS DE ESCOLA EUROPEIAS “IN MY SHORTS”
À nos jardins, Samuel Dijoux (França, 2024, 28’)
Casi Septiembre, Lucía G. Romero (Espanha, 2025, 30’)
Erogenesis, Xandra Popescu (Alemanha, 2025, 15’)
I Am a Flower, Ariel Victor Arthanto (Alemanha, 2024, 13’)
Icebergs, Carlos Pereira (Alemanha, 2024, 20’)
Je pars crever, Jordan Brandao Rodrigues (França, 2024, 19’)
Metamorphosia, Elsa Michaud (França, 2025, 15’)
Rezbotanik, Pedro Gonçalves Ribeiro (Brasil, Portugal, Espanha, 2025, 18’)
Todos los Barrios Posibles, Matteo Giampetruzzi (Espanha, 2024, 9’)
Touch Me with Your Eyes, Anaïs Kaboré (Bélgica, 2024, 27’)
COMPETIÇÃO QUEER ART
Cherub, Devin Shears (Canadá, 2024, 74’)
Holy Electricity, Tato Kotetishvili (Geórgia, Países Baixos, 2024, 95’)
Llueve sobre Babel, Gala del Sol (Colômbia, EUA, Espanha, 2024, 111’)
Museo de la Noche, Fermín Eloy Acosta (Argentina, 2025, 88’)
Nem Deus É tão Justo quanto Seus Jeans, Sergio Silva (Brasil, 2025, 74’)
The Shipwrecked Triptych, Deniz Eroglu (Países Baixos, Alemanha, 2025, 90’)
Sirens Call, Lina Sieckmann, Miri Ian Gossing (Alemanha, Países Baixos, 2025, 121’)
Truth or Dare, Maja Classen (Alemanha, 2024, 79’)
PANORAMA
Alexina B. Vides en Composició, Alexis Borràs (Espanha, França, 2025, 77’)
Ato Noturno, Filipe Matzembacher, Marcio Reolon (Brasil, 2025, 119’)
Homem com H, Esmir Filho (Brasil, 2025, 129’)
I’m Your Venus, Kimberly Reed (EUA, 2024, 85’)
My Boyfriend el Fascista, Matthias Lintner (Itália, 2025, 95’)
Peter Hujar’s Day, Ira Sachs (EUA, Alemanha, 2025, 76’)
Pillion, Harry Lighton (Reino Unido, 2025, 106’)
Sally!, Deborah Craig (EUA, 2024, 95’)
Tesis sobre una Domesticación, Javier van de Couter (Argentina, 2024, 113’)
RESISTÊNCIA QUEER
The Crowd, Sahand Kabiri (Irão, 2025, 70’)
State of Firsts, Chase Joynt (EUA, 2025, 93’)
“No Pride in Genocide” (Queer Cinema for Palestine):
a tangled web drowning in honey, Hannah Hull, Tara Hakim (Canadá, 2023, 10’)
Abgad Hawaz, Robin Riad (Canadá, 2024, 2’)
Aliens in Beirut, Raghed Charabaty (Líbano, Canadá, 2025, 17’)
Blood like Water, Dima Hamdan (Palestina, 2023, 14’)
Don’t Take My Joy Away, Omar Gabriel (Líbano, 2024, 7’)
I Never Promised You a Jasmine Garden, Teyama Alkamli (Canadá, 2023, 20’)
Out of Gaza, Jannis Osterburg, Seza Tiyara Selen (Alemanha, 2025, 9’)
Palcorecore, Dana Dawud (Palestina, 2023, 6’)
QUEER FOCUS: “Contaste que Eras Trans?”
a_blurred_fluxx_00.avi, Osadolor Osawemwenze (EUA, 2024, 26’)
By Hook or by Crook, Harry Dodge, Silas Howard (EUA, 2002, 90’)
Dreams of Sunlight through Trees, Theo Jean Cuthand (Canadá, Áustria, 2024, 16’)
The Growing Edge, Ian Kaler (Áustria, Alemanha, 2025, 17’)
Life Story, Jessica Dunn Rovinelli (EUA, 2024, 10’)
La Llum que Cobreix les Ferides, Pol Merchan (Espanha, Alemanha, 2024, 12’)
Something Must Break, Ester Bergsmark (Suécia, 2014, 81’)
When We Dead Awaken, Paula Tomás Marques (Portugal, Espanha, 2022, 10’)
GENDER PLAY
Esta Mulher É um Homem, André Murraças, Flávio Gil (Portugal, 2025, 63’)
O Meu Reino para um King, Sónia Baptista, Raquel Melgue (Portugal, 2025, 45’)
RETROSPETIVA: Lionel Soukaz
150 poèmes mis en sang, Lionel Soukaz, Michel Journiac (França, 1993, 13’)
Artistes en Zone Troublés, Lionel Soukaz, Stéphane Gérard (França, 2023, 39’)
L’année des treize lunes, Lionel Soukaz, Tony Tonnerre (França, 2001, 18’)
Autoportrait, Lionel Soukaz (França, 2002, 8’)
Ballade pour un homme seul, Lionel Soukaz (França, 1969, 18’)
Carottage, Lionel Soukaz, Powers, Stéphane Gérard (França, 2009, 47’)
Les Corps d’amour de Pasolini, Kami Kaz, Lionel Soukaz, Olivier Hérkaz (França, 2005, 34’)
En corps +, Lionel Soukaz, Stéphane Gérard (França, 2021, 65’)
Ixe, Lionel Soukaz (França, 1980, 44’)
La loi X - La nuit en permanence, Lionel Soukaz (França, 2001, 9’)
La Marche gaie, Lionel Soukaz (França, 1980, 12’)
Lolo Mégalo blessé en son honneur, Lionel Soukaz (França, 1974, 17’)
Maman que man, Lionel Soukaz (França, 1982, 49’)
Nu lacté, Lionel Soukaz, Othello Vilgard, Xavier Baert (França, 2002, 6’)
Race d’Ep, Guy Hocquenghem, Lionel Soukaz (França, 1979, 83’)
RV, mon ami, Lionel Soukaz (França, 1994, 28’)
Le Sexe des anges, Lionel Soukaz (França, 1977, 45’)
CONVERSAS
Conversa com André Murraças, Fernando Heitor e Flávio Gil (Gender Play)
Conversa com Ian Kaler, Paula Tomás Marques, Pol Merchan e Theo Jean Cuthand (Queer Focus)
Conversa com Planeta Manas (Resistência Queer)
Conversa com Raquel Melgue, Sónia Baptista e Kings convidados (Gender Play)
Conversa com Stéphane Gérard (Retrospetiva)
EXPOSIÇÃO
Where Love Is Illegal (Witness Change / Médicos Sem Fronteiras)
FESTAS
As Metamorfoses Ambulantes, com DJ Nicolle Velcro (Purex Clube)
Millennial Angst, com DJ marum (Purex Clube)
Festa da Mensagem, com DJ e host Manel Moreira (Purex Clube)
Dyke Night, com DJ Rafa Jacinto (Casa do Comum)
Sextou!, com DJ Yizhaq (Purex Clube)